Escritor Só Não Faz Livro – A Linha De Produção De Uma Obra

Um livro, físico ou digital, é um produto como qualquer outro, que passa por uma linha de produção até chegar ao seu formato final. Conhecer o processo de preparação é essencial para escritores, mesmo para os que não almejam ser publicados: não adianta, por exemplo, se desanimar se a qualidade do seu manuscrito finalizado não é a mesma de um livro publicado (embora vários escritores sofram do mal oposto rs).

Devo adicionar um adendo aqui que nem todo livro publicado passa por todo esse processo, e nem todo livro que passou por ele foi bem preparado.

Para os autores independentes e pequenas editoras, os custos são bastante altos e, portanto, algumas etapas são omitidas, o que não significa, necessariamente, uma má qualidade do produto final.  Existem editoras que não ligam muito para a qualidade literária do texto, e existem ainda os profissionais relapsos.

Casos omissos à parte, vamos ao que interessa:

Leitura Beta

O papel do leitor beta por vezes se confunde com o do leitor crítico. O leitor beta, na maioria das vezes, não é um profissional, mas decidi incluir nesse post pois a leitura beta é essencial para preparar um bom texto.

O leitor beta deve ser, preferencialmente, do público alvo do texto, e é ele que dará o veredito se a obra está boa ou não, e quais melhorias precisam ser implementadas. O ideal é ter mais de um leitor beta, para ter uma diversidade de opiniões.

Delegar a leitura beta não só a leitores do público-alvo, mas também a outros escritores, é uma boa maneira de aprimorar o manuscrito.

Leitura Crítica

O objetivo da leitura crítica varia. Ao serviço de uma editora, um leitor crítico irá apenas dar sua opinião se o manuscrito seria rentável.

No geral, um leitor crítico aponta furos no enredo, inconsistências e outras questões estruturais da narrativa. Ele pode também apontar erros na escrita em si, mas não se atém a erros gramaticais ou ortográficos.

Edição

Após o texto passar por leituras beta e críticas (não necessariamente nessa ordem), ele deve passar pela edição. O editor irá apontar rotas de melhoria para o livro, com foco na questão da narrativa em si, visando a melhor rentabilidade do manuscrito. Isso não significa, porém, visar a qualidade.

Cabe ao autor acatar ou não as sugestões do editor, embora se ele tiver vendido os direitos do seu manuscrito para uma editora, é provável que não tenha muita escolha.

Copidesque

Nesse ponto da trajetória, a narrativa já deve estar completa, pois o trabalho do copidesque é dar aquela polida na estrutura das frases. O objetivo dessa etapa é eliminar cacofonias, melhorar o ritmo e a cadência de leitura, modificando o mínimo possível o significado original do manuscrito.

Revisão Textual

A última etapa do processo é a que todos já devem estar familiarizados. Os revisores acertam erros gramaticais, de pontuação, repetições, entre outros erros de menor escala. Em geral, os serviços de revisão textual funcionam também como copidesque – para os profissionais freelancers, é bom saber separar as funções para ser justamente recompensado pelo trabalho.

Fora isso, o livro também passa por diagramação e por um capista, que trabalham com a parte gráfica do projeto.

 

Tá pronto o sorvetinho!

Fonte da imagem de header: http://www.thedrive.com/vintage/1071/after-102-years-fords-assembly-line-is-still-incredible

Fonte do meme sobre edição: https://juliesondradecker.com/?p=642

 

Digue