Como Elaborar Um Bom Pitch

Pitch” é uma palavra em inglês que pode ser traduzida como “apresentação”, “proposta” ou “resumo da história”. Escrever pitches é parte integral da vida do autor que quer ser agenciado ou busca ser publicado por editoras: o pitch geralmente é a primeira coisa que vão pedir da sua história em processos de seleção ou aquisição. Mas como escrever um bom pitch? Vou explicar nesse post (:

Em primeiro lugar, é preciso entender que pitch e sinopse são bastante diferentes, apesar de à primeira vista as duas fazerem a mesma coisa: falar sobre o que é a história. A sinopse é direcionada ao público leitor, e por ser direcionada a leitores, você não pode revelar o plot twist genial da trama, porque seria spoiler. Em um pitch, o ideal é que você insira todos os spoilers interessantes, pois o pitch é para um editor ou agente literário. Ou seja, você deve apresentar tudo que há de interessante, mesmo que seja spoiler, para eles poderem entender qual é a sua história e porque eles deveriam investir nela.

Dito isto, um pitch é, via de regra, algo curto e objetivo. Cada editora ou agência vai ter um limite máximo, mas possivelmente nunca você vai ver alguém aceitando pitch de duas páginas, por exemplo. É importante ser econômico e direto com as palavras.

Para obras como contos ou noveletas é possível fazer um pitch sumarizando toda a história, mas para obras mais longas, pode ser necessário selecionar que elementos são os mais centrais e mais atrativos. Novamente: o objetivo de um pitch é convencer alguém a investir tempo e dinheiro na sua ideia. Se a sua história tem algo de muito legal e que a destaque de outras narrativas, é bom que isso esteja no pitch.

Mas é importante se atentar para que o pitch seja fiel à história. Uma vez que ele é aprovado, o próximo passo é a leitura de uma amostra ou da obra inteira, portanto se o pitch for muito bom (mas focar demais em aspectos talvez não tão importantes na história), o editor/agente literário notará a discrepância e no fim das contas as chances de a obra ser adquirida ou agenciada podem não ser tão boas assim, apesar do pitch atrativo.

O pitch pode também conter informações sobre a história como gênero, quantidade de palavras, quais representatividades existem, que temas surgem na narrativa… Ou seja, informações gerais que talvez não tenham ficado explícitas apenas falando sobre a trama.

Outra questão sobre pitches é que pitches bons são textos como qualquer outro, ou seja: não adianta ficar esperando que bata a inspiração para elaborar o seu. O texto de um pitch pode (e deve!) ser rascunhado e editado. Um bom pitch pode até ter contado com a ajuda da inspiração, mas ela sozinha não faz muita coisa. É bom editar e revisitar o rascunho, e se possível mandá-lo para leitores beta para receber segundas opiniões.

Por último, é necessário prática. Não se deu para perceber, mas elaborar um pitch é algo meio complexo, portanto é interessante treinar mesmo que não tenha nenhum edital ou editora interessada a vista. Quanto mais se faz, mais fácil fica!

Digue