Marcas do Destino – Um Tom Diferente de Fantasia Urbana

Marcas do Destino é o primeiro livro da saga Draconem, escrita por Thais Lopes e publicada independentemente na Amazon (e que está disponível para compra aqui) e nele acompanhamos Ana, uma protagonista que perdeu a mãe para uma doença misteriosa e fugiu do seu passado, que voltou para atormentá-la quando uma pessoa importante morre da mesma doença.

O ponto mais forte do livro para mim foi, sem sombra de dúvidas, a ambientação. Quando se pensa em fantasia urbana, se pensa em fantasia se mesclando com cidades da vida real (e quando se estamos falando de obras nacionais, essa cidade geralmente é São Paulo).

Capa de "Marcas do Destino"
Capa da obra

Em Marcas do Destino, temos uma cidade fictícia; as similaridades com o mundo real estão lá, como a internet, por exemplo, mas existem também muitas diferenças. Nas megalópoles da saga Draconem, as pessoas se apinham em megaprédios e não há muito espaço para carros. A outra diferença é que elas são comandadas pelos draconem, um grupo de pessoas com poderes mágicos, escolhidas por dragões, que mandam e desmandam nos territórios da cidade central e além.

Ou seja, a ambientação de Marcas do Destino se utiliza do conceito de fantasia urbana de um jeito muito inteligente. A mescla de magia com as conveniências do mundo moderno formam um cenário anacrônico, com características reminiscentes de alta fantasia, sem perder o aspecto urbano e moderno.

O segundo ponto forte da obra é a forma como a ação da trama se desenrola. Nem burros nem inteligentes demais, cada personagem principal tem seus pontos fortes e pontos fracos, e a maneira que contribuem (ou não) com o enredo é bastante coerente com o que nos é apresentado sobre eles.

E que ação, meus amigos. A tensão da história se desenvolve bem em relação aos personagens e ao worldbuilding, atingindo um clímax igualmente tenso e satisfatório, sem forçação de barra, falsos suspenses e sem pesar a mão também.

Terceiro e último ponto aqui, que é muito digno de nota, é a ausência de subenredo romântico. Marcas do Destino lida com laços familiares e de amizade, sem cair na onda de enfiar um interesse romântico e supérfluo. Claro, isso tem a ver com o fato da protagonista, Ana, ser aroace. Então para quem, nesse mês de outubro, está procurando livros com protagonistas aro e/ou ace, ou só quer fugir da mesmice de romance cishet, fica a dica.

Acho que talvez a única ressalva que eu tenha a fazer em relação a essa obra seja na questão de limpeza de texto: algumas frases aqui e ali que poderiam ser mais polidas, e a repetição de “que seja, então” que ocorre ao longo da história, mas nada que de fato atrapalhe a experiência de leitura.

Concluindo, Marcas do Destino é um excelente começo para a saga Draconem, que entrega um cenário bacana com ação, suspense, tramas políticas e muita magia. O segundo livro da saga já está na Amazon, e o terceiro deve vir ainda esse ano, então fiquem de olho.

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